Confesso que sou muito mais dado à realidade do que à ficção, embora goste de um bom filme deste género. Só que a minha realidade é falar com o coração e, por vezes, há quem pense que, por isso, perco a razão. O que é puro engano!
Todavia, hoje, como não tenho mais nada que fazer, resolvi "escrever um conto de ficção".
E, como todos os contos ou histórias, também este começa com o sacramental "Era uma vez..."
"Quando conheci o Sahid Silvestre, há meia dúzia de anos, ele era um jovem irrequieto e voluntarioso, sempre pronto a defender os seus pontos de vista, os seus projectos, aquilo em que acreditava realmente.
Nesse tempo, andava ele embrenhado nas lides desportivas, cativando e incentivando outros e outras jovens para esta salutar prática.
Dei comigo a acompanhar o seu percurso, a apreciar a forma como se empenhava em conseguir recursos para os projectos em que se envolvia, a conseguir os desejados resultados desportivos...
E gostei do que vi.
Passado algum tempo, como "capitão" da "equipa laranja", achei por bem convidá-lo a juntar-se ao meu "plantel", propondo-lhe um "contrato" de quatro anos! Que ele aceitou, com a única condição - diga-se - de não ter de "vestir aquela camisola". Preferia um equipamento "branco"!
Como o "branco" até não ia mal com o "laranja", concordei e subscrevemos o acordo, partindo para o "campeonato" que se avizinhava!
Por essa altura, outros "treinadores" que com ele haviam privado (e a quem não dei ouvidos), alertaram-me para a má escolha que eu tinha feito.
Pelo caminho, Sahid Silvestre, lamentava apenas as dificuldades com que se defronta qualquer outro jovem do seu país... o emprego estável não havia maneira de aparecer (os que surgiam, eram efémeros, mal pagos); O amor, era a antítese do jogo: quem tem sorte a um, não tem sorte a outro...
Como era verdadeiro amigo do Sahid Silvestre, jamais lhe neguei alguns conselhos ou o "ombro amigo" que os parceiros de jornada nunca devem recusar!
Sahid Silvestre começou a jogar a sério, integrou-se na equipa e até a demonstrou habilidade para este novo "desporto". O que me envaideceu, diga-se de passagem...
Mas... (há sempre um "mas" nestes contos de ficção), chegou o dia em que Sahid Silvestre achou que ser "desportista" na segunda liga era perder tempo (penso eu de que...) e resolveu apostar forte na primeira.
Decidiu seguir o exemplo de um seu "herói", que era exímio no "jogo" e sobretudo nos "dribles", razão pela qual "estava bem na vida" e ganhava bom dinheiro, disse-me ele.
Num recente "jogo", Sahid Silvestre até me justificou ir dizer sim à proposta dum novo "treinador", porque não aceitava que a "equipa laranja" sofresse um golo da "equipa cor-de-rosa".
Fiquei estupefacto: então o "desportista" que fez questão de vestir o "equipamento branco", está assim tão preocupado com o que pode acontecer à "equipa laranja"?
Como "treinador", estive prestes a lembrar-lhe que... "nos balneários" mandava eu, mas não o fiz, para não ofender a sua inteligência!
Limitei-me a aconselhá-lo a seguir as minhas indicações e a perceber que não devemos querer chegar à "primeira liga" sem antes termos demonstrado ser mesmo bons no primeiro patamar...
Subir à "primeira divisão" demasiado depressa, tem preço... tem custos...
Qual quê! Sahid Silvestre não me deu ouvidos, e lá seguiu o chamamento do novo "treinador"!
Como verdadeiro amigo que era de Sahid Silvestre, desejo-lhe os maiores sucessos, mas não posso agora deixar de recordar as palavras dos tais "treinadores" que me avisaram, nem de me lembrar daquela outra história do sapo... que "tanto inchou, tanto inchou..."
Pronto... Acabou-se a história de ficção!
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