Quem me conhece, sabe bem da minha "paixão" por Espanha, mas sempre vos vou dizendo que não sou (nem quero ser) aparentado com o sr. ministro iberista do "deserto"...
Assim, como é hábito, voltei a escolher o país vizinho para gozar um primeiro período de férias. Mais concretamente, a pequena localidade de Nerja, cerca de 40Km para lá de Málaga, visitando, obviamente, outras pequenas vilas em redor, como foram os casos de Almuñécar e Salobreña (esta, curiosamente, pela primeira vez).
Confesso que, este ano, regressei algo desiludido com o "balanço" entre o melhor e o pior que encontrei nestas terras da Andaluzia!
Vamos, então, por partes, começando pelo melhor:
Enquanto que, em Portugal, as empresas de obras públicas se queixam que o nosso (des)governo as está a deixar asfixiadas financeiramente por falta de investimento, Espanha continua a surpreender-me, tal o volume de obras que, mais uma vez, me foi dado apreciar: novas vias rápidas, túneis e viadutos (não fora a usual boa sinalização e certamente me perderia), novos aldeamentos privados acompanhados das necessárias acessibilidades (coisa que, por cá, se esquece com frequência), mais e maior aposta na agricultura (conjuntos de estufas ao longo de dezenas e dezenas de quilómetros), etc., etc., etc.
A 7 de Junho, o carrito ansiava por gasolina, e lá fui à Eroski (empresa Russa) meter uns litritos de super sem chumbo 95. Só para vos "fazer inveja", deixo-vos imagens dos preços ali praticados nesse dia e na véspera da partida...
Para vossa informação, os preços praticados pelas diversas gasolineiras, variavam entre estes (os mais baixos) e os 1,082 euros. Quando cheguei a Portugal, o primeiro abastecimento custou-me a "módica" quantia de 1,379/litro...
Outra diferença substancial entre os dois países, é o preço do tabaco.
Este, por exemplo, custa em Portugal 2,60€ o maço e 2,10€ em Espanha; menos 50 cêntimos... E, contrariamente ao que se diz, na grande maioria dos restaurantes e bares, sim, é permitido fumar, enquanto nos centros comerciais... nem pensar, o que me levou a entrar num hipermercado, fazer as compras "a correr" e sair da mesma forma. Fumador é assim!
Claro que nenhum governo pode ser culpado disto, mas à beira do Mediterrâneo - de Málaga a Salobreña -, a temperatura oscilou sempre entre os 26 e os 30º C, razão suficiente para vos tentar "fazer inveja" de novo com esta imagem a saborear dolentemente um gelado no "Balcón de Europa", assim "baptizado" por El Rey Alfonso XII, por ocasião da sua visita a Nerja a 12 de Janeiro... de 1885. Isto é que é antevisão histórica! A do Rei; não a minha...
Diariamente, por aqui passam todos, mas mesmo todos os turistas que visitam este "pueblado"! É quase uma "obrigação", pelo que este recanto é uma autêntica "Torre de Babel"!
Optei, este ano, por assistir a mais programas de televisão, em detrimento das horas de sol na praia. E ainda bem que o fiz, pois neste âmbito encontrei também "o melhor e o pior".
Em todos os canais que visionei, reinam a habitual alegria castelhana, o espectáculo, o entretenimento, os constantes concursos distribuindo milhares e milhares de euros em prémios, o usual nacionalismo espanhol nos programas sobre as belezas naturais, culturais, turísticas... Ah! E nenhum canal se atreve a interromper a transmissão de um desfile militar no Dia das Forças Armadas com blocos publicitários. Para que conste!
Tomei "boa nota", ainda, do seguinte: os canais espanhóis não se coibem de passar imagens do Rei (que tanto respeitam) a dormitar, durante uma cerimónia cultural; das meias rotas de Mariano Rajoy (líder do PP espanhol) mas, acima de tudo, comparam o que diziam antes e o que dizem agora os políticos. Coisa que, por cá, daria certamente lugar a processo disciplinar...
Por exemplo, o que dizia o actual presidente do governo, José Luís Zapatero (PSOE), enquanto líder da oposição contra José Maria Aznar e as suas posições contra a ETA (que há dias, unilateralmente, decidiu romper com o cessar-fogo e voltar aos violentos atentados), e o que diz actualmente, ao pretender (porque necessita) o apoio do PP agora liderado por Rajoy... O que diziam Rajoy e o líder do PNV (Partido Nacionalista Vasco) de um impossível entendimento parlamentar, e a possibilidade de isso ocorrer nesta legislatura... Como são "retratados" (com graças não ofensivas) todos os líderes políticos, artistas, empresários, "jet-set", etc., em programas como os de Eva Hache e Buenafuente, entre outros... Por cá, acho que nenhum canal ousaria tanto!? O nosso "jet-set" (ou será "jet-3,5"?) não resistiria e seria "cilindrado" em "menos de um fósforo"... O que nos deixaria a todos "muito tristes"!
Mas nem tudo é cor-de-rosa e as televisões espanholas são do mais trucidante que conheço.
Hoje, elevam um(a) jovem artista aos píncaros da fama... Amanhã, arrasam-no(a) sem dó nem piedade... "por dá cá aquela palha"! Rosa, a vencedora do concurso "Operação Triunfo" no ano passado, foi catapultada para o "estrelato"... Agora, caminha "nas ruas da amargura", por exemplo! Os maridos ou as esposas dos (das) famosos (famosas), tanto estão "na mó de cima" como "na mó de baixo"...
A "Operação Malaya" continua a preencher largas horas televisivas... E, neste caso, ainda bem, já que este monumental caso de corrupção no "Ayuntamiento" (Câmara Municipal) de Marbella conhece cada vez mais "tentáculos" e já levou mesmo a "intocável" Isabel Pantoja à prisão, de onde saíu após pagar 90.000 euros de fiança. E mais, muitos mais implicados continuam a ver os seus nomes "escarrapachados" nas "pantallas"...
A propósito: e por cá?
Vamos agora ao âmbito gastronómico.
Como os euritos não abundam, costumo hospedar-me em apartamentos e não em hotéis, pois assim poupo algum nas refeições caseiras. No entanto, "como um homem não é de ferro", sempre apetece almoçar ou jantar fora uma vez por outra! De preferência, nos "chiringuitos" de beira-praia ou nos restaurantes menos exuberantes.
Este ano, as coisas mudaram: fica muito mais em conta uma refeição num restaurante de estrangeiros do que de espanhóis! Exemplo: uma simples "tortilla" de batata e gambas, cobrindo apenas o fundo do prato, custou-me 6,90€ num "chiruinguito"; uma "tortilla" idêntica, quase saindo do prato, num restaurante de ingleses, custou-me 3,90€. Um entrecôte que mais parecia uma seca sola de sapato n.º 32, custou-me 11€ num restaurante espanhol; um entrecôte como deve ser, num restaurante de escoceses, custou-me 9€. A indispensável "bica", oscila entre 1€ e 1,75€... Um roubo! E esta?
Claro que se comprarmos os produtos num super ou hipermercado, e salvo raras excepções, sai-nos muito mais barato do que em Portugal.
A finalizar, uma boa e má notícia: o preço de compra de um apartamento novo, tenderá a baixar bastante dentro de um ano. Aliás, segundo um estudo que ouvi, a queda, em 2006, foi de 11% na aquisição de "viviendas". Porquê? Porque se constroem 700 mil apartamentos/ano, quando o mercado apenas necessita de 400 mil.
Um bom "aviso à navegação" para Portugal, onde se continua a construir, a construir, a construir...
Até quando?
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