Hoje, por ser "dia de festa", não pensava publicar rigorosamente nada.
Li o artigo abaixo há quatro dias e admito que já o deveria ter trazido ao "Pinhanços".
É com todo o gosto que o faço hoje, até porque a autora sabe bem porquê!
(Artigo de Opinião, publicado no "Correio da Manhã" de 15 do corrente, com a devida vénia)
"Mas bons, bons, importantes mesmo, não são pactos sobre a Justiça ou a Segurança Social, bons são os pactos do cimento (...)
Para nosso mal, existe no País uma cultura parasitária do Sistema, que consiste em saber o que pode ele dar a cada um, nas muitas actividades que existem nas sociedades actuais.
Ela há ‘gente gira’ em Portugal, tão gira que tem tendência para exigir almoçar à nossa conta (dos nossos impostos), como se fora a coisa mais natural do Mundo, como se tal lhe fora devido pelo simples facto de podermos usufruir da sua tão maravilhosa quanto inútil existência.
Sem interrogação sobre o propósito da existência ou das exigências desta ‘gente gira’, não há como não evocar (e invocar) o retrato de Dorian Gray (numa síntese simplista, a podridão escondida sob a mais produzida forma).
É evidente que combater esta cultura instalada é um inferno e, não raro, assassina os temerários combatentes.
Sobre a Ota – essa montanha de desperdício – o Governo já está enredado numa série de suspeições, num contexto em que inegavelmente a CIP prestou e presta um serviço ao País.
Foi Luís Marques Mendes quem primeiro ergueu a bandeira política anti-Ota, sublinhando a desproporção da ‘coisa’, pelo que o actual líder do PSD – oposição ao anterior Líder do PSD – clamou pela Ota e desejou longa vida à Ota (tinha sempre de dizer o contrário do anterior Líder, alguém lho garantira).
Agora ouvimos ao actual Líder do PSD: “Se já está decidido que é a Ota, não vale a pena fazer as pessoas perder tempo e gastar dinheiro”. O actual Líder do PSD quer fazer da OTA um facto consumado?
Afinal e por uma vez, constata-se agora, dizer o contrário do anterior Líder até era o que lhe ia na alma. Porquê esta constatação? Ao afirmar recentemente, como se novidade fosse, que o Governo é que quer a Ota, que já decidiu a Ota (claro que o Governo já tinha decidido a Ota, mas teve de recuar, não é assim?), o Líder do PSD imputa a outros o que afinal quer (ou faz). É uma actuação que transformou em estratégia sua e que utilizou a outros propósitos.
Foi noticiado que o Senhor Presidente da República veio afirmar não acreditar no que dissera o Líder do PSD, que veio, por seu turno, dizer acreditar no Senhor Presidente da República, ou seja, não acreditar no que dissera horas antes e, finalmente, “esclarecer” que o Senhor Presidente da República... “tem” de acreditar no Governo!
Isto da Ota surge assim muito a propósito do proposto pacto do cimento (mais Ota = a mais cimento). O actual Líder do PSD manifestou-se contra os pactos (lembram-se?). Mesmo os necessários para a estruturação do regime ou para impedir a funcionalização da Justiça. Mas bons, bons, importantes mesmo, não são pactos sobre a Justiça ou a Segurança Social, bons são os pactos do cimento, rebaptizados pelo Líder do PSD de acordos parlamentares.
O pacto dos patos lançaria sobre todos os empresários sérios e qualificados a dúvida injusta e descansaria os que não devem ser descansados. E aí nós, feitos patos outros, pagaríamos a conta. Gente gira."
Paula Teixeira da Cruz, Advogada
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