Antecipando-me já aos comentadores que, certamente, aqui virão zurzir na minha pessoa, acusando-me de estar contra o investimento na Cultura, contra as Artes e o que mais lhes aprouver, começo por dizer o seguinte:
- Aprecio a Arte nas suas mais diversas formas;
- Quando tive a oportunidade, apoiei e incentivei as mais diversas manifestações artísticas;
- Tenho grandes e bons Amigos nas mais diversas áreas das Artes
- Nada tenho contra o Comendador Joe Berardo, alías, meu conterrâneo e proprietário da mais bela Quinta da Freguesia onde nasci - o Monte - e na qual brinquei na minha infância.
Pronto... está feita a introdução ao tema!
O que me leva, então, a trazer a este blog a Colecção Joe Berardo (ou Fundação de Arte Moderna e Contemporânea - Colecção Berardo), parte da qual exposta no Centro Cultural de Belém... com entrada grátis até ao final deste ano?
Apenas isto: Gratuita? Acho que não!
(foto retirada de: AEIOU)
Vamos recordar a "história" desta história.
A 3 de Junho de 2006, o "Correio da Manhã" noticiava:
Aprovado novo museu no CCB
"A criação da Fundação de Arte Moderna e Contemporânea - Colecção Berardo foi quinta-feira aprovada em Conselho de Ministros, assim como os respectivos estatutos. (…) O novo museu, que deverá abrir ainda este ano, vai acolher uma colecção com mais de quatro mil obras de arte moderna e contemporânea, representativos de 74 movimentos artísticos."
Só que, tanto quanto é público, o "Museu de Arte Moderna - Colecção Berardo", existe em Sintra desde 1992... Enfim!
(Foto retirada de: "Docas nas asas do Tejo")
A 10 de Agosto de 2006, anunciava o "Correio da Manhã":
Festa de 400 mil euros
Ministros com Berardo
Mais de 85 mil visitantes
Berardo quer mais tempo
Director francês para Museu Berardo, revelava o "Correio da Manhã", a 8 de Novembro de 2006:
"O francês Jean-François Chougnet foi escolhido para director artístico do Museu Berardo, deixando a direcção do parque cultural Parc de
Avancemos agora para a parte do "quanto custa?"... ou "é grátis"!
Já vimos que a "festinha" inaugural custou 400 mil euros e que a colecção pode vir a custar-nos a todos 316 milhões de euros!
Mas há mais:
Segundo o "Correio da Manhã" de 5/11/2007,
Berardo ganha um milhão do Estado
"Ultrapassadas as desavenças entre Joe Berardo e o Estado Português, a fundação que leva o nome do comendador recebeu este ano do Fundo de Fomento Cultural 1 251 572, 19 euros, sendo apenas ultrapassada pela Fundação Serralves, contemplada com 2 377 262 euros."
Valor de "pouca monta", tendo em conta o interesse da iniciativa.
Mas é o mesmo "Correio da Manhã" que, a 25/6/2007, anunciara: "O Ministério da Cultura contribuiu este ano com três milhões de euros para a Fundação da Arte Moderna e Contemporânea – Colecção Berardo, para a gestão do Museu".
Parece também, que o Fundo de Turismo ainda participou - algures no processo - com mais um milhão de euros...
Não contente com este "bodo aos pobres", a ex-ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, antes de "se demitir", ainda teve tempo de assinar, a 6 de Janeiro de 2008, o Despacho que reproduzo abaixo:
Ora, sendo assim, já vamos em quanto? "É só fazer contas", diria Guterres...
Lendo tudo isto, decidi pesquisar mais e encontrei outras duas "opiniões" que, estou em crer, coincidem com a minha e resultam das dúvidas suscitadas:
A primeira, remonta a 5 de Abril de 2006 e está publicada no "Correio da Manhã".
Sala de Estar
"Ora aí está. Após dez anos de avanços e amuos, que o eng. Sócrates acha “incompreensíveis”, o Governo e o sr. Joe Berardo chegaram ao fatal acordo. Pormenores? Embora os responsáveis tenham sido tímidos a respeito, sabe-se o essencial: o sr. Berardo não doa a sua colecção ao Estado; o Estado doa à colecção do sr. Berardo o Centro Cultural de Belém. A ministra da Cultura julgou o acordo “equilibrado”.
Na prática, este equilíbrio significa que, pelo menos durante os próximos dez anos, seremos nós a pagar as despesas de manutenção das 862 peças. Porquê? Aparentemente, porque sim e porque o eng. Sócrates contemplou um bocadinho da colecção e ficou muito bem impressionado."
Crónica de Alberto Gonçalves
A outra, é bem mais recente, foi publicada a 11 de Dezembro passado pelo "Correio da Manhã" e demonstra que o Presidente da República sempre teve razão neste processo...
Cavaco promulga a contragosto
"O Presidente da República foi ontem obrigado a promulgar o regime de responsabilidade civil extracontratual do Estado, depois de a Assembleia da República ter devolvido o diploma sem levar em conta todas as questões colocadas por si."
Parece que não tem nada a ver, não parece? Mas temmmmmmmmmmmm...
A terminar - e porque o Comendador Joe Berardo se sentiu "ofendido" com a possibilidade de doar a sua colecção de Arte a Portugal -, relembro o verdadeiro Mecenas que não teve qualquer dúvida em fazê-lo:
"Calouste Sarkis Gulbenkian (Üsküdar, 23 de Março de 1869 - Lisboa, 20 de Julho de 1955) foi um engenheiro e empresário arménio naturalizado britânico, activo no sector do petróleo e um dos pioneiros no desenvolvimento do sector petrolífero no Médio Oriente. Foi também um importante mecenas, com um grande contributo para o fomento da cultura em Portugal. A sua herança esteve na origem da constituição da Fundação Calouste Gulbenkian."
in Wikipédia
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