Segunda-feira, 18 de Fevereiro de 2008
O trauma do homem!

Se há casos graves e em que se justifica aconselhamento psicológico (ou psiquiátrico?) urgente e continuado, o de Sócrates é um deles.

Antigamente, quando uma criança não queria "comer a papa", alguns pais apelavam para a figura do "papão", dizendo: se não comes a papa, o papão vem-te buscar...!

Outros, apelavam para o velho chavão: se não comes a papa, vem o polícia e leva-te preso...!

Bem vistas as coisas, tenho muita pena do sr. Sócrates. É que os seus progenitores devem ter usado uma receita muito em voga nos tempos de Salazar... Assim do género: se não comes a papa, vêm os comunistas e comem-na!

É que o homem via e continua a ver comunistas em tudo quanto é sítio... E isto desde 2005, pelo menos, como se prova na imagem abaixo.

Se lhe sai ao caminho uma "manif" de professores: são comunistas!

Se se depara com uma "manif" de desempregados: são comunistas!

Se o povo de uma aldeia exige a reabertura do Centro de Saúde: são comunistas!

Se calhar, quase não se dignava cumprimentar os campinos, porque: eram comunistas"

Se um corajoso jornalista (coisa rara, diga-se) lhe "destapa a careca": é comunista!

Se um "blogueiro" prova que não é engenheiro: é comunista!

Se publicam imagens dos seus "brilhantes" projectos (gratuitos): são comunistas!

Se os comunistas promovem uma "manif"... são comunistas!

Chiça, que o homem sofre mesmo de um trauma perigoso! Vê comunistas por todo o lado!

Que raio, sr. Sócrates... ao menos, uma vez por outra, diga lá que é o bicho papão que o obriga a comer a papa!

Claro que o "bicho papão" não existe... só existem os grandes interesses financeiros... que o obrigam a comer a papinha toda!

 



Publicado por rui.freitas às 23:23
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2 comentários:
De cudeoeiras a 19 de Fevereiro de 2008 às 03:33
Amigo Rui,
li recentemente, de uma assentada, um livro curioso de António Costa Santos, sobre as proibições do chamado «antigo regime», intitulado «Proibido!». Li para me relembrar de algumas coisas que os adultos me contavam quando eu, chavalo (14 Aninhos), olhava para as imagens a preto e branco da revolução na televisão em 74, dando graças aos comunistas por me darem uma mão cheia de dias livres de aulas. Enquanto lia sobre as absurdas e tacanhas proibições do pré-25 de Abril, fui-me apercebendo que, passados 33 anos da libertadora revolução, o país continua tão ridículo quanto antes. Principalmente no que toca a proibições e deveres.
Esta percepção do ridículo é preocupante porque me faz ter a
perfeita consciência que, por mais anos que passem, Portugal será sempre uma metáfora fácil do ridículo tacanho e mesquinho. As leis neste país tiveram sempre aquela arbitrariedade imbecil e subjectiva do legislador, o mesmo gajo que há 40 anos proibia que se namorasse na rua, que as pessoas se pudessem divorciar, que as mulheres casadas pudessem ter passaporte e viajar para o estrangeiro, que pudéssemos ler certo livro ou ouvir certa música, esse legislador estreptococo, conseguiu criar uma prole de descendentes que hoje continuam a legislar no mesmo registo de estupidez subjectiva. É o caso dos mentecaptos da ASAE, que não legislam mas sugerem, proibições e deveres tão absurdos como os dos seus antecessores pulhas pidescos. Seria particularizar demasiado se chamássemos à ASAE os pulhas pidescos dos tempos modernos. Na realidade os socráticos, disfarçados sobre um conceito enviesado de socialismo, são na realidade uns fascizóides com vertigens alucinadas de Poder.
Estamos entregues a uma ditadura económica, tão perigosa quanto a ditadura tradicional. Hoje já não temos de ter licença para usar isqueiro, nem de ter medo de expressar livremente a nossa opinião (isto se não pensarmos naquele professor da DREN ou naquele bloguista do «Portugal Profundo» que se lixaram por falar mal do artolas do nosso primeiro-ministro), mas em contrapartida somos obrigados a descontar metade daquilo que ganhamos, a pagar ao Estado (essa abstracção incómoda) mais de 1/5 daquilo que compramos e a acatar obedientemente, como no tempo da ditadura a descoberto, todas as merdinhas de leis que o Governo vai inventando para pagar o seu status quo (que por vezes toma a forma de Audis topo de gama).
Que o país é ridículo é uma realidade. Que os portugueses se deixem ridicularizar por estes ditadorzecos de pacotilha, que mais parecem perus disléxicos em dias de cimeira é outra coisa.
Quem elegeu este Desgoverno merece, na boa tradição deste blog, uma tribo de somalis rebarbados, com a testosterona alterada quimicamente, pelos glúteos acima. Mas merece mais. Merece ter um tempinho de reflexão, só para ver em que estado é que deixou chegar este lugar mal frequentado a que chamamos país. Não estou nada satisfeito com os anormais babosos que deram o poder a este engenheiro instantâneo do José Sócrates.



De rui.freitas a 20 de Fevereiro de 2008 às 02:46
Ora, Caro Boavida Pires, não posso estar mais de acordo, pois como dizia o "anúncio": "eu ainda sou do tempo...".
Pois, só que "esse tempo" parece ter voltado, mas em forma mais refinada, mais subtil mas não menos perigosa e/ou preocupante!
Olhemos, por exemplo, para o novo "mapa judiciário", para as alterações ao CPP, as declarações do Bastonário da Ordem dos Advogados, do general Garcia Leandro, do director da Judiciária em relação ao caso Meddie...
Mas olhemos também - e com mais atenção - para os casos "Apito Dourado", Casa Pia, Casa do Gaiato, Fátima Felgueiras, Isaltino Morais, Ferreira Torres, os lucros dos Bancos em Portugal (5,5 MILHÕES POR DIA) e tantos, tantos outros escândalos idênticos...
Antes continuar a pagar licença de isqueiro (ao menos, defendia-se a indústria fosforeira...) do que aturar este (des)governo!


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