A Globalização e as Quotas dos Partidos
Pode parecer absurdo o título mencionado acima, mas talvez não o seja. Os desafios de hoje para qualquer país, de qualquer continente, são tremendos. Quanto às quotas dos partidos veremos mais à frente...
Ainda mais, como se não bastassem os desafios da globalização, temos pela frente o choque da crise financeira mundial, de contornos ainda por definir.
Esquecer que a História não começou com a nossa geração nem irá morrer com ela é mau. As nossas convicções têm de englobar o respeito por aqueles que partiram e mais um (sacrifício?) adicional a favor dos vindouros.
Desgraçadamente quem vive para hoje, por reflexo, ignora o amanhã. Pouco produz e muito consome.
As batalhas põem-se a todos os níveis, mas muito principalmente a favor de uma nova e mais exigente cidadania.
É, em minha opinião, esta postura que deve ser exigida à nossa classe política que, de uma forma sábia, terá de moldar uma nova mentalidade em si própria e na sociedade civil, sem nunca menosprezar os atritos decorrentes, como fez o actual governo, quando confrontado com a grande massa humana de professores que desceu a Avenida da Liberdade e encheu a Praça do Comércio.
A palavra de ordem será de mudança, mas em respeito pelo passado e preparando o futuro. Difícil é, mas não há outro caminho.
Dada a impossibilidade de mudar de povo, urge começar por mudar frontalmente os partidos e a classe política que temos, para que estes façam o resto.
Tal ”classe política” de hoje, é dona e senhora dos partidos e do país. O resultado da sua acção pode ser avaliada pelo estado em que ele se encontra. À beira de uma explosão social e em crescendo de movimentos independentes.
Dez ex-secretários-gerais de um partido protestaram contra as alterações às regras do pagamento de quotas nesse partido, falando mesmo em “ameaça à sua democracia interna”.
Seria isto importante se até agora tivéssemos vislumbrado dentro dos dois maiores partidos nacionais, transparência em toda a sua vida interna.
Fala-se muito das decisões tomadas por um “Aparelho” que nunca é referido nos estatutos, nem ninguém, dentro ou fora dos partidos, sabe por quem é constituído. Ninguém sabe também quais os critérios que conduzem à escolha dos candidatos a sufragar em actos eleitorais, que todo o país paga a peso de ouro.
Mais, é indesmentível que nos maiores partidos não há qualquer discussão política ou ideológica. Tão pouco abordam os reais problemas da sociedade.
A degradação da confiança do povo no nosso regime político é por demais conhecida do país, embora a classe política finja ignorar.
Os partidos, pagos com o dinheiro do povo, têm na mão todo o seu pulsar; educação, saúde, economia, legislação, costumes etc. Então quem faz a sua avaliação, como eles querem, e bem, fazer aos professores?
O povo nas urnas? Claro que não, ele limita-se à amostragem de “cartões amarelos” sem quaisquer consequências! A alternância assegura a continuidade!
É pois importante refazer toda a classe política e os partidos no seu funcionamento interno.
E aqui as quotas não são um problema menor. Servem, antes de mais, para medir o interesse dos militantes para com a nobreza da causa que voluntariamente quiseram abraçar. Abolição de quotas? Nunca. Com as estruturas locais existentes nos partidos, há que fazer guerra sem quartel aos caciques, fonte de toda a indignidade dentro deles.
Num regime político feito com estes partidos o seu funcionamento tornou-se no cancro da nossa democracia, obrigando muita gente de bem, honesta e competente, a afastarem-se da vida política, onde muita falta estão a fazer.
António Reis Luz
Militante partidário
Paço de Arcos
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