Muitas vezes, noticiar e empolar certos factos, é pura perda de tempo e só beneficia quem deles se quer aproveitar, nem que seja por uma questão de marketing, como"Nóbel" José Saramago.
Mas existem outros "factos" que nos levam a desconfiar de quais os interesses que se movem por detrás dos mesmos, como foi o caso recente das pretensas "agressões" ocorridas no Colégio Militar, em que, felizmente, o seu Director - como lhe competia - mandou averiguar e saíu em defesa dos seus Homens. Mal andará o Militar que não o faça.
Como eu, muitos de vós haveis visto as reportagens feitas sobre essas pretensas "agressões" e, como eu, devem ter-se perguntado: em quantas centenas de escolas os alunos se agridem sem que isso seja notícia? E quantos agridem os professores, com os próprios paizinhos e outros familiares a darem-lhes "o exemplo"?
Vem isto a propósito de um email dirigido por uma mãe ao sr. deputado do BE e que abaixo transcrevo:
"Exmo. Senhor Deputado,
Sou mãe de um aluno que frequenta o Colégio Militar há quatro anos, para onde foi depois de uma experiência de um ano numa escola pública em que era maltratado física e psicologicamente por colegas e ignorado por professores, tendo perdido o ano com cinco negativas e apoio psicológico. No ano seguinte, já no Colégio Militar, ficou no quadro de honra com média de 14,5 e, decorridos quatro anos, adora o Colégio e está "de rastos" com o que tem sido dito na comunicação social.
Assim, uma vez que ouvi as suas declarações na RTPN, não posso deixar de manifestar a minha opinião sobre as mesmas.
Compreendo as motivações profissionais do Dr. Garcia Pereira no assunto, mas confesso que tenho alguma dificuldade em perceber o empenho do BE em geral e de V. Exa. em particular na condenação de um Colégio, que pode ter regras que não são compatíveis com a V/ visão do ensino, pode ser criticado nalguns aspectos, mas que não merece a campanha persecutória e sistemática que lhe tem sido movida.
Não pretendo desculpabilizar actos que só aos tribunais compete avaliar e, se for o caso, condenar.
Parece-me, porém, que não cabe a V. Exa., nem a qualquer partido político, condenar uma instituição de ensino da forma exarcebada e degradante como o têm feito e, com isso, rebaixar todos os alunos que a frequentam e que ficam desestabilizados com todo o circo mediático que isso gera. Especialmente quando V. Exas não têm conhecimento - nem procuram conhecer - todos os lados da questão. Talvez devessem informar-se porque razão os pais de 400 alunos defendem o Colégio e porque é que a mãe de dois dos alunos queixosos, ao que soube, mantém os filhos no Colégio!
Como mãe e cidadã, não aceito uma tomada de posição desta força e dimensão por parte de membros da Assembleia da República quando não vi - nem vejo - o mesmo empenho, igual indignação e o pedido de urgente condenação (como hoje V. Exa tão veementemente manifestou) com os graves problemas com que o Estado de Direito se debate e a vergonha que foi e continua ser o processo de pedofilia da Casa Pia. Talvez os meninos pobres e desprotegidos desta instituição, cujo processo não mereceu da PGR a consideração de "violência escolar" que justifica a celeridade do processo dos alunos do CM, não constituam para V. Exas. uma causa com que se identifiquem por não permitir o ataque a instituições da estrutura (militares ou outras).
Permita-me um conselho final: a próxima vez que V. Exa falar publicamente do Colégio Militar será importante investigar antes sobre se não estarão em causa eventuais interesses no fecho de um Colégio com 19 hectares no centro da capital, que, a existirem, V/ Exa e o partido que representa estarão inadvertimente a ajudar.
Com os melhores cumprimentos,
Isabel Dias"
Fui Militar e, verdade seja dita, nem sempre concordei com todos os métodos que vi aplicados, mas não vi nenhum dos meus camaradas de armas "morrer" por isso; bem antes pelo contrário. Não aprendi (porque os meus pais me ensinaram) a ser mais disciplinado, mas houve quem tivesse tido necessidade e tenha aprendido! Aprendi, isso sim, o que é criar bons e fortes laços de amizade, sabendo que talvez no mês seguinte a minha vida dependesse disso e a do meu camarada do lado também! Enfim, outros tempos, em plena guerra colonial felizmente terminada.
O que me leva, de facto, a desconfiar (tal como a autora do email também), é o porquê da repentina sanha contra o Colégio Militar (com três séculos de existência) e os métodos ali aplicados. E vi, nas reportagens, duas mães (duas) a mobilizarem as televisões e dezenas de pais e mães a defenderem a mesma Instituição, a qual ninguém é obrigado a frequentar.
Por este andar, qualquer dia ainda a PGR manda investigar algum treinador de futebol que se atreva a exigir demasiado esforço aos seus jogadores...
Alguém tem conhecimento de alguma manifestação frente ao Tribunal de Monsanto a pedir a urgente conclusão do "caso" Casa Pia e a prisão dos responsáveis? Eu sei que, no fim, não haverá nenhum culpado, mas enfim...
Cheira-me é que o valor daqueles terrenos é demasiado tentador e "faria bem" a muito boa gente.
Ou será que estou enganado?
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