Quarta-feira, 8 de Setembro de 2010
7 de Setembro, Dia da Vergonha Nacional

Creio que já existiam "dias" para tudo: dia internacional disto, dia mundial daquilo mas, verdade seja dita, fazia falta (mais) este Dia da Vergonha Nacional... o 7 de Setembro!

Acho que todos os noticiários televisivos falaram disso, rádios e jornais também. Li alguns, "na diagonal" e à pressa, donde não posso dizer que já tenha uma opinião totalmente formada sobre o "caso", o que só me permite, em primeira análise, dizer-vos do meu sincero espanto.

O tema fulcral é este e, abaixo, deixarei a(s) minha(s) opinião(ões)!

 

 

Tudo indica que os 27 OE's vão ser "aprovados" primeiro aqui (UE) e, só depois, nos Parlamentos nacionais.

 

Ecofin impõe análise prévia da UE a orçamentos nacionais

"O conselho de ministros das Finanças da União Europeia (Ecofin), reunido hoje em Bruxelas, aprovou o novo «semestre europeu», exercício através do qual os projetos de orçamento dos Estados-membros serão discutidos no seio da União antes de serem apresentados aos parlamentos nacionais.

Os ministros das Finanças dos 27 avalizaram hoje o «código de conduta» do chamado «semestre europeu» - cujo conceito geral havia sido já acordado entre os Estados-membros na primavera passada -, aprovando assim formalmente a entrada em vigor do novo mecanismo já no próximo ano.

A ideia da iniciativa é assegurar que uma maior coordenação no seio da UE providencie orientações para a preparação das políticas orçamentais a nível nacional, com os projetos a serem apresentados aos parlamentos nacionais a resultarem de directrizes acordadas a nível da UE".

In Diário Digital / Lusa - 07-09-2010

OE: Governo espera coordenação «efetiva» ao nível da UE

"O ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, defendeu hoje a importância do aperfeiçoamento dos “instrumentos de coordenação” europeus no plano económico e financeiro, entre os quais o escrutínio anual por Bruxelas dos Orçamentos nacionais.
Em declarações à agência Lusa à margem da cerimónia de apresentação do programa das Comemorações do Centenário, Pedro Silva Pereira salientou que Portugal “precisa do Orçamento”, cuja proposta deverá ser entregue pelo Governo em outubro.

“Nós temos compromissos internacionais no plano orçamental e é muito importante ao nível europeu que a coordenação dos países aconteça e seja efetiva. Uma das razões pelas quais a Europa conseguiu responder com celeridade a uma gravíssima crise económica foi a existência de coordenação”, disse."

In Diário Digital / Lusa - 07-09-2010

CE quer monitorizar ofertas de emprego - Durão Barroso

"A Comissão Europeia vai propor, até ao final do ano, um sistema de monitorização de ofertas de emprego para auxiliar o preenchimento das quatro milhões de vagas que existem na união, afirmou hoje o presidente Durão Barroso.

Em Estrasburgo, no discurso que proferiu sobre o Estado da Nação, na sessão plenária do Parlamento Europeu, José Manuel Durão Barroso afirmou também pretender avançar com um passaporte europeu de habilitações.

O presidente do executivo comunitário recordou que mais de seis milhões de europeus perderam os seus empregos desde 2008 e que é necessário elevar, até 2020, para 75 por cento a taça de empregabilidade de mulheres e trabalhadores menos jovens."

In Diário Digital / Lusa - 07-09-2010

 

Em primeiro lugar, concluo que o "trauliteiro" Silva Pereira aceitou de bom grado (e, sabe-se lá se de braços abertos) o atestado de incompetência passado pela UE/Durão Barroso, já que é minha convicção (como diz um Grande Amigo) que, ao chamar a si a "análise prévia" dos 27 OE's, a UE mais não faz do que menorizar despudoradamente a Assembleia da República. Sim, a Assembleia da República Portuguesa, porque quanto aos restantes 26 em nada "contribuem para a minha felicidade", como usa dizer-se. Ora, com este "atestado" (não obtido a um domingo mas sim a uma terça-feira), a UE apenas quer dizer, alto e bom som, que mais vale prevenir do que remediar, perante as trapalhadas e imbróglios que se vislumbram para o OE 2011.

Até ao momento, apenas me dei conta das habituais vozes "ofendidas" do PCP, do BE e do contentamento "menistro trauliteiro"; aguardo as reacções do PSD e CDS-PP. Se já as houve, peço desculpa por não estar atento!

É óbvio que quem "dá o dinheirinho" (e não é tão pouco como isso) é quem o deve controlar, o que me remete, de novo, para a prova da incapacidade do nosso (des)governo em geri-lo conveniente...mente!

Mas ficaria de mal comigo (coisa que não costumo fazer) se não confessasse aqui o meu profundo descontentamento com mais esta "brilhante" idéia da UE/Durão Barroso. Não gostei e tenho o direito de me sentir ofendido na minha qualidade de cidadão português, contribuinte, cumpridor e livre, mesmo que a "sócretina tropa fandanga" a isso tenha obrigado!

Caso esta proposta/imposição se venha a concretizar, então, permitam-me avançar desde já com uma solução para acabar de vez com a crise em Portugal: Encerre-se a Assembleia da República, despeçam-se os/as deputados/as, o (des)governo e todos os organismos que deles dependem e então sim, saiamos da União Europeia, pois os milhares de milhões que isso nos vai poupar, irão permitir-nos ser, de facto, uma Nação Soberana!

O que deixámos de ser, desde 7 de Setembro de 2010.

 

Mesm o que Durão Barroso me acene com o "caos" e a "tanga":

"Chegou para a Europa a hora da verdade, ou sobrevivemos juntos ou afundamo-nos um a um", afirmou o presidente da Comissão Europeia.

In Expresso - 07-09-2010



Publicado por rui.freitas às 00:30
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6 comentários:
De Eduardo a 8 de Setembro de 2010 às 13:39
A tragédia não é assim tão grande.
Fazer parte dum bloco económico implica procedimentos orçamentais. Não é só ir buscar dinheiro ao porquinho do mealheiro.
Já se sabia que os governos nacionais optavam pela demagogia e pela facilidade de, entredentes,para consumo interno, dizerem que não podem fazer mais porque a "Europa não deixa". Um pouco à moda dos caciques locais espalhados por este nosso lindo cantinho europeu.
Agora é a sério.Agora não há aldrabices. A alternativa é simples: pegar ou largar esta Europa.Males que vêm por bem.


De Helder Sá a 9 de Setembro de 2010 às 00:09
Eu prefiro largar "esta" Europa. Não é só a Europa que se afunda, leia-se a Europa dos 27, pois há mais Europa para além destes: Oeiras também se afunda no descalabro financeiro. Vamos todos ao fundo, também porque vieram ao nosso bolsos sacar biliões para salvar o sistema bancário dos ricos e poderosos. Este é o cerne da questão. Tudo o resto é pantominice política.


De rui.freitas a 10 de Setembro de 2010 às 01:24
Amigo e Companheiro Hélder, tal como eu, também coloca "esta" Europa entre aspas, concerteza pelas mesmas razões. Mas eu não vou (ainda) tão longe, ao ponto de a "larga"; acho que os custos dessa atitude seriam bem mais graves do que nos mantermos (ainda) no seu seio.
Só que não posso deixar de estar mais de acordo consigo, por exemplo, na questão que aponta: para o sistema financeiro (que arruinou o mundo actual), surgem sempre os biliões (sistema esse que embolsa milhões por dia); já para quem de facto necessita (as PME's, os desempregados, a ex-classe média, cada vez se cortam mais "benefícios" (repare que coloquei entre aspas).
Tudo o resto - como diz - é pantominice política e areia para os nossos olhos.
Quase apetece plagiar o anúncio: se eu podia viver sem a UE? Poder, podia, mas não era a mesma coisa!
Ou seria?


De rui.freitas a 10 de Setembro de 2010 às 01:16
Caro Eduardo, não há nenhuma tragédia, para além de termos nascido!
Como bem leu, eu escrevi que, quem "dá o dinheirinho" (e não é tão pouco como isso) é quem o deve controlar. De acordo?
Quando coloca a questão no plural ("os governos nacionais"...), repito-lhe que, "com o mal dos outros posso eu bem", dito em bom português!
E mais, eu também não disse que temos de sair da UE, e até concordei que, com a incapacidade do (des)governo PS, pouco ou mais havia a fazer.
Agora, permita-me que possa ter a minha própria opinião e essa, é a de ter o direito de me sentir menorizado enquanto português, povo (leia-se, governos) que tem sido o "melhor aluno" nessa mesma mesma UE.
Embirro solenemente com a costumeira frase de que "andamos a gastar acima das nossas possibilidaddes". Aliás, já aqui perguntei (em "post") quem? Quem anda a gastar? Não será certamente o cidadão português (salvo excepções) mas sim o (des)governo português e esse, sim, admito que anda a "martelar" as contas que apresenta ao "financiador" - UE.
Mas embirro também com esta UE que se diz "social" e não o é, pois que, quando convém (a quem?) paga para se plantar mais vinha e paga para a arrancar, paga para construir mais barcos de pesca e paga para os abater, paga para produzir mais leite (por exemplo) e depois multa os produtores açorianos cujas vaquinhas produziram demasiado. Como se a produção leiteira, perante a fome, fosse excessiva?
É "desta" Europa que eu não gosto e, acho, estou no meu direito!


De Eduardo a 10 de Setembro de 2010 às 07:57
Sr. Rui Freitas

Longe de mim criticar os estados de alma seus ou de outros, nestas questões: sou favorável ao referendo sobre a permanência de Portugal na Europa e penso que poderíamos sobreviver sem lá estar. Menos pobres e mais honrados, muito menos faustosos e mais rigorosos. Também não seria tragédia como não´o é nascer pois aqui não há alternativa.
Voltando à questão europeia que tanto o choca e para bom entendedor é o federalismo que já entrou, de mansinho ou de chofre conforme os estados de alma de cada um.
Pessoalmente, nada contra! Pode ser uma boa experiência mas também pode ser má. Aqui tudo é reversível como tudo no mundo dos homens.
Só se resiste aos ultimatos financeiros com sistemas representativos de nações eficazes e coordenados. Vale a pena tentar.
Abençoe a vida, meu caro, pois é um bem inestimável!


De rui.freitas a 12 de Setembro de 2010 às 01:06
Caaro Eduardo, quando utilizei a expressão "tragédia de ter nascido", foi no sentido figurado que usa fazer-se, como que dizendo que, nisso, não há nada a fazer. Isto para que fique claro que me sinto muito feliz por os meus grandes pais me terem concebido e pelos grandes pais que foram.
A vida é, por isso e como diz, um bem inestimável - que nem sempre cuido como devia, admito... Família, Amigos e a minha Médica de Família recordam-me isso até à exaustão!
Mas, o cerne da questão, situa-se precisamente na não existência de Referendos para o que é realmente importante (veja-se a vergonha no Tratado de Lisboa, por exemplo) e o pedido de tais consultas em coisas de somenos importância, tendo mesmo "entrado na moda" lançar abaixo-assinados através da Net por tudo e por nada.
Discordo, no entanto, de duas afirmações suas: ´"tudo é reversível" (infelizmente, em Portugal não é assim, senão, os governos (todos) reporiam aquilo que, em regime de excepção, criaram) e ainda se é este o federalismo que nos espera... passo bem sem ele.
Agora, que o País tem de ser menos faustoso e mais rigoroso, estou absolutamente de acordo. Mas o País "feito" pelos governantes e/ou pelos "xicos-espertos" que sempre se safam com estratagemas, e não o do comum dos cidadãos que trabalha, desconta, paga cada vez mais impostos directos e indirectos e, depois, dezem-lhe que é este o seu (nosso) "fado". É preciso poupar e apertar o cinto? É verdade. Mas o que vemos? A despesa e a dívida pública a crescerem escandalosamente!


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