Segunda-feira, 9 de Setembro de 2013
Apagar o fogo com... gasolina

Para que os leitores do "Pinhanços dixit..." não sejam induzidos em erro pelo título, passo a explicar que não me refiro às centenas de fogos que têm flagelado o País, de Norte a Sul, e que já "assassinaram" (o termo é forte, mas justo) oito valorosos Bombeiros e Bombeiras de Portugal, a cujas famílias e corporações envio os meus sentidos pêsames.

O tema a que me refiro tem a ver com a justiça (em caixa baixa), ou melhor, com a sua branda aplicação.

 

Justi photo justiccedila_ateia_fogos.gif

O tema justiça (em caixa baixa, repito) não é consensual...nem nunca o será, certamente; há quem defenda que as leis são escassas e quem defenda o seu contrário. É minha convicção de que não existem leis a mais (embora, por vezes, admito, ache que há demasiada produção legislativa) mas sim deficientes, divergentes e, por vezes, inexplicáveis modos de a aplicar.

Ao pesquisar este tema em diversos órgãos de Comunicação Social, encontrei um pouco de tudo: desde o "vá em paz..." até a penas de 19 anos de prisão, bem como penas suspensas (com e sem indemnização às vítimas) e penas oscilando os três anos e pouco mais!

Deixarei para amanhã, a minha própria opinião acerca de um outro exemplo bastante actual do que escrevo: a limitação (ou não) às candidaturas autárquicas e, descansem. não vou analisar sequer as recentes decisões dos senhores juízes do Tribunal Constitucional...

Vou-vos falar deste outro flagelo: no primeiro semestre de 2013, já foram ASSASSINADAS em Portugal (pelos maridos, companheiros ou namorados) VINTE E DUAS MULHERES... As queixas, por seu lado, suplantaram o milhar!

E como procedem os senhores juízes e as senhoras juízas, em muitos casos? Assim:

 (in CM - 24-8-2013)


Será justa, esta decisão, agravada pelo facto de ter sido uma mulher, uma juíza, a não penalizar exemplarmente o agressor?

Infelizmente, muitos casos recentes vêm provar que a lei á aplicada, sim, mas com critérios díspares (o que serve para uns já não se aplica a outros) e, sinceramente, com demasiada leveza nas penas.

Eis outros exemplos daquilo que afirmo:

"Juiz lança dúvida e liberta violador" - in CM - 5-9-2013;

"Agride militar da GNR" - in CM 8-8-2013;

"Mulher espancada em casa por médico" - in CM 31-7-2013;

"Deixado à solta assassina mulher" - in CM 18-7-2013;

"Assim não vale" - in CM 1-9-2013.

Muitos mais exemplos poderiam ser dados, e não será desculpa dizerem-me que o Correio da Manhã é o jornal das "desgraças"; outros houve (incluindo televisões) a noticiarem diferentes actos de violência doméstica, violência contra crianças, idosos e até deficientes, o que é arrepiante!

Mas quero deixar-vos também esta autêntica "cereja no topo do bolo", descoberta por "brilhantes cérebros" norte-americanos; afinal, há apenas um e só um "culpado": o aquecimento global...

"Clima mais quente propicia violência" - in CM 02-8-2013.

 

Tenho para mim que os portugueses cada vez mais - e com toda a razão - descrêm "desta justiça", a mesma que, quase sempre, é forte com os fracos e branda com os fortes. Pudera!

A continuarem com estas decisões e atropelos, estou em crer que os senhores juízes e as senhoras juízas estão - voluntária ou involuntariamente - "a apagar o fogo com... gasolina".

Se vierem a precisar de um "bombeiro" ou "bombeira" (no sentido figurado) e ele/ela não aparecer, não se queixem!



Publicado por rui.freitas às 01:34
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6 comentários:
De Tuga a 10 de Setembro de 2013 às 22:18
E com toda a razão! Então ela aparece-me assim no jornal , naquela figura? Um homem não é de pau!


De rui.freitas a 11 de Setembro de 2013 às 22:16
Meu Caro (10 de Setembro de 2013 - 22:18), como "bom tuga" que é, de duas uma: ou usa a ironia neste comentário ou, então, não quis perceber que a imagem que encima a página nada tem a vere com o título de capa. Seja como for, a violência exercida sobre mulheres, crianças, idosos e deficientes é demasiado grave para dar azo a comentários menos abonatórios.


De Tuga a 12 de Setembro de 2013 às 23:14
E a violência sobre os reformados? Essa sim, concreta e muito real, denunciada por uma grande senhora na TVI24, hoje mesmo, a Dra. Manuela Ferreira Leite.
Como bom Tuga sugiro esta grande senhora para próxima Presidente da República para por esta cambada de aldrabões na ordem.
Caro Rui, se quer prestar uma homenagem à mulher portuguesa desafio-o a acompanhar essa ideia e a deixar-se de títulos CM


De rui.freitas a 14 de Setembro de 2013 às 00:28
Caro Tuga (12 de Setembro de 2013 - 23:14), julgava ter deixado bem claro que eu sou contra toda e qualquer forma de violência, incluindo a que refere - e bem - como "violência sobre os reformados". Permita-me, então, acrescentar mais uma: a taxação sobre as pensões de sobrevivência que - supunha eu - tal como a designação indica, são mesmo de "sobrevivência"; as restantes, estão já explicadas no "post".
Como informação, sempre lhe digo que, de facto, os títulos publicados foram retirados do CM, o que não invalida que tenha pesquisado em sites de outros jornais e televisões!
Desconheço qual foi a sua reacção, quando "meio mundo" criticou a Dra. Manuela Ferreira Leite, quer na qualidade de ministra quer enquanto cidadã; possivelmente - não sei - alinhou pela bitola dos que quase a linchavam após a declaração de "suspensão da Democracia por seis meses" (que eu entendi e li nas entrelinhas) ou da famosa frase "geração rasca", entre outras.
O facto de concordar com a sua recente afirmação de que o "corte nas pensões é profundamente imoral" não é suficiente para, hoje, vir aqui aplaudir quem não aplaudi nem apoiei (partidariamente) no passado; seria hipocrisia e desse mal não padeço, graças a Deus.
É certo o ditado popular que diz que "só os burros não mudam", mas as minhas convicções mantêm-se inalteradas e inalteradas; no futuro, logo se verá, pois nunca devemos dizer nunca...


De Tuga a 14 de Setembro de 2013 às 09:17
Para o tuga não há problema nenhum com a suspensão da demonocracia. Pare-se já! Ou se cura o doente ou se o doente não se quiser curar deixa-se-lo à sua sorte. Mas se a sua sorte der cabo da vida de muita gente, ponha-se de quarentena. É assim que se faz com os doentes perigosos.
Esclarecido?


De rui.freitas a 15 de Setembro de 2013 às 02:12
Caro Tuga (14 de Setembro de 2013 - 09:17), quando o doente não se quer curar ou pretende "alta" desaconselhada pelo médico, é costume assinar um "termo de responsabilidade", o qual pode ser usado de quatro em quatro anos...
Esclarecido?


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