Quando eu era pequeno, havia sempre algum membro da família que me "ameaçava": "se não comes a sopa ou se não te portas bem, chamo o Polícia"... Aí até aos seis/sete anos, ficou-me "gravado" o trauma e, quando via um Polícia, logo tomava a postura de menino bem comportado... não fosse o diabo tecê-las!
A partir de certa idade, percebi finalmente que os Polícias estão nas ruas para nos protegerem, para nos darem segurança, para zelarem pelo nosso sono tranquilo.
Eu sei - porque se passou comigo -, que antes de Abril de 74, a polícia de então mandava dispersar grupos de três, quatro ou cinco estudantes que estivessem a conversar à porta do Liceu e que, por duas ou três vezes, tive que atirar para o mar o isqueiro... só porque não tinha licença para o usar. Coisa que os jovens de hoje desconhecem completamente.
Mas esse tempo já passou... só que continuamos (alguns) a sentir esse estúpido estigma de que tudo o que é agente da autoridade é anti-cidadão. E não é verdade!
Pouco a pouco, a pequena criminalidade tem vindo a crescer na nossa sociedade e, hoje, o carteirista, o pequeno delinquente que roubava a carteira ou a bolsa da senhora, mas tinha a decência de deixar os documentos próximo de uma Esquadra, já acabou!
O crime violento cresce exponencialmente na sociedade portuguesa. Basta ver e ouvir os noticiários nas nossas televisões. Sejam eles "máfias" de Leste ou do Oriente organizadas, toxicodependentes que roubam e/ou matam por 5 euros, ou até o "nosso vizinho do lado" que assassina a mulher e os filhos por ciúme...
Os exemplos, entram-nos todos os dias pelos olhos dentro!
Longe vai o tempo, em que numa recôndita aldeia do Minho, da Beira, do Alentejo, dos Açores ou da Madeira, a porta ficava apenas no trinco...
Bons tempos esses... que já lá vão.
Revoltamo-nos todos, e exigimos "a cabeça" do meliante que assalta e mata uma idosa para lhe roubar a parca reforma!
"Matamos e esfolamos" o "bandido" que assaltou uma pequena mercearia de bairro e, porque este quis defender o que era seu e lhe custou a ganhar, matou o merceeiro!
Gritamos aos "sete ventos" que o jovem que nos roubou o carro deveria ser trancafiado por longos anos numa prisão de alta segurança!
E depois, quando a Polícia actua, saímos à rua em manisfestação contra o ou os agentes que "usaram a força" contra conhecidos e detectados delinquentes...
Sejam eles da Polícia de Segurança Pública, da Guarda Nacional Republicana, da Polícia Judiciária ou até do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras que expulsou (coitadinho) um meliante que entrou no nosso País com a maior das facilidades.
O que é que queremos, afinal?
Segurança ou permissividade?
Por mim, prefiro o primeiro caso, ainda que por vezes a Polícia tenha que usar um pouco mais da autoridade que lhe tem vindo a ser retirada ano atrás de ano.
Sentimo-nos "orgulhosos" quando a PSP, GNR ou PJ apreendem algumas centenas de quilos de heroína, cocaína, haxixe, crack ou extasy... Mas ai do Agente que dê um estalo na cara do traficante: é logo crucificado! Coitadinho do traficante!
Sabem porque é que não me assustam as câmaras de vigilância, o levantamento do sigilo bancário ou as escutas telefónicas?
Porque não tenho nada a temer... Nada a esconder! Simplesmente!
Enquanto Presidente da Junta de Freguesia de Paço de Arcos, apenas e só tenho que elogiar o EXCELENTE TRABALHO E COLABORAÇÃO prestados pela Polícia de Segurança Pública de Oeiras que, perante algumas queixas e alertas enquanto Autarca, sempre respondeu de FORMA EXEMPLAR. Isto, desde o Comandante até ao Agente menos graduado desta Prestigiosa Corporação!
Sei - porque também já fui jovem -, que a juventude é, por princípio, irreverente e pouco acata os conselhos da Autoridade.
Mas também sei que a juventude de hoje é MUITO DIFERENTE da juventude do "meu tempo". Seja porque razão for, é mais agressiva (vejam-se os exemplos nas Escolas...), mais truculenta, mais violenta!
Sei, igualmente, que será "politicamente incorrecto" afirmar que estão "protegidos" por uma qualquer Associação de Apoio ou de Defesa de... Mas é verdade!
Mas não posso, NUNCA, esquecer que os Agentes Policiais estão a cumprir a sua missão, perdendo noites e noites em vigilâncias, em escutas, em patrulhas, em detecção de delinquentes... os tais "coitadinhos" que uma parte da nossa "sociedade" acaba por querer defender!
Vem tudo isto a propósito de dois casos recentes que envolveram Agentes da GNR (e de outros idênticos ocorridos com a PSP).
Quatro jovens embriagados, um deles conduzindo uma viatura sem seguro, fogem a uma ordem policial de paragem. Um Agente reage... dispara e, infelizmente (repito... infelizmente) atinge mortalmente um deles, ferindo gravemente outro.
E é crucificado nos Tribunais e na praça pública!
No dia imediato (creio), outros e outras jovens, conduzindo um carro roubado, dirigido por um condutor com cadastro por assalto à mão armada e com arma branca (outro "coitadinho"), desobedecem à ordem de paragem de outra brigada.
Resultado: um jovem em coma e uma jovem baleada!
E o Agente é, de novo, crucificado nos Tribunais e na praça pública!
Dizer que todos os Agentes da Autoridade são impolutos, correctíssimos e que seguem a Lei "by the book", seria mentir.
Mas, eu, felizmente, sempre me deparei com "os bons da fita"... Talvez porque sigo e respeito a Autoridade! Não a temo!
Confesso que não percebi nem gostei da atitude algo titubeante da Associação da Guarda na defesa dos seus Homens. Faltou-lhe genica porque, como sempre digo... quem não deve, não teme!
Meus senhores, são os vossos Homens que estão na "mira" dos Tribunais e da opinião pública. Defendam-nos com veemência!
Não me façam perder a (pouca) Fé que ainda tenho na Justiça!
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