Sábado, 14 de Setembro de 2013
Revisão do PDM de Oeiras

Terá mesmo que ser uma "fatalidade"?

É possível sair deste imbróglio?

Claro que é! Basta apenas que os munícipes de Oeiras o queiram, interessando-se em conhecer em pormenor este importante documento que marcará o seu (nosso) futuro.

Quero recordar, no entanto, que, fiel ao seu compromisso "editorial", o "Pinhanços dixit..." iniciou - no já relativamente longínquo dia 12 de Fevereiro - a publicação do Parecer final da Comissão de Acompanhamento, continuada no dia 19 do mesmo mês, sob os títulos "Vamos urbanizar Oeiras inteira? Vamos..." e "Revisão do PDM de Oeiras - Parecer final da Comissão de Acompanhamento (II)", os quais mereceram tão somente um  e zero comentários, respectivamente! Perante tão escassa participação dos leitores, decidi não continuar a publicar (como anunciara) as restantes partes do extenso Parecer (70 páginas), voltando ao actualíssimo tema em Julho, Agosto e Setembro; ao que tudo indica, com igual desinteresse dos leitores/munícipes.

Todavia, porque tenho a noção de que, felizmente, existem pessoas para quem o conhecimento acerca da Revisão do PDM de Oeiras é de vital importância, farei hoje a última tentativa e desafio à sua participação, alertando apenas que, pela minha parte, dificilmente me deslocarei à CMO, propositadamente, para o consultar e aqui divulgar; quanto muito, fá-lo-ei apenas para minha informação!

O alerta que hoje publico, não é de minha autoria (embora já tenha feito o mesmo a 12 de Fevereiro), mas sim de entidade que sabe bem melhor do que eu o crime que está prestes a cometer-se no município que se diz "de referência" nacional e até internacional.

Trata-se de um Comunicado de Imprensa da , cujo título é:

Plano Director Municipal de Oeiras

Proposta do executivo camarário é um ataque ao ambiente

"O executivo autárquico de Oeiras propõe para o Plano Director Municipal algo inédito no ordenamento territorial ou na conservação da natureza em Portugal - transformar o município no primeiro território totalmente urbano e urbanizável. Esta ideia coloca em causa a legislação, as regras de planeamento e urbanismo e todos os princípios de precaução que gerem a legislação ambiental do país. O actual projecto de PDM mantém as mesmas características que levaram a proposta inicial a ser chumbada pela CCDR de Lisboa e Vale do Tejo, e a LPN considera que o executivo não tem poder para contornar a lei. A proposta apresentada quebra legislações em vigor a nível nacional (Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território - PNPOT - e Plano Regional de Ordenamento do Território - PROT) e internacional - EDEC (Esquema de Desenvolvimento do Espaço Comunitário), além de várias outras, destrói recursos não renováveis, aumenta dramaticamente o risco de cheias, num concelho com riscos elevados (cheias dos anos 60 e 80). A lógica por trás da sua aplicação está subjugada a um conjunto de projectos que o executivo considera estratégicos, com localização já definida, sem ter em conta a actual situação de excesso de terrenos construídos, e de habitação devoluta e insustentável, ao invés da promoção da organização do território que defina uma estratégia para o desenvolvimento sustentável, baseada na Agenda 21 local e suportada em políticas e programas estruturantes e sustentáveis para o município, que reduzam o risco, salvaguardem a qualidade de vida e os recursos. A proposta regulamenta os usos do solo "a contrario sensu" da proposta de Lei de Bases do Solo e do Ordenamento do Território (LBSOT), actualmente em discussão pública, a qual condicionará  as expansões urbanas à justificação prévia da sua pertinência, mediante obrigatórios estudos de viabilidade financeira (pública e privada) e de carências reais de património edificado.  Ao ser apresentada em vésperas da promulgação da LBSOT, esta muito inoportuna proposta de PDM irá causar uma forte e desnecessária conflitualidade entre a Política Nacional de Ordenamento do Território e as opções político-administrativas tomadas pela edilidade de Oeiras, donde resultarão seguramente inúmeros pleitos judiciais. A proposta não salvaguarda os melhores solos de Portugal (os Vertissolos de basaltos, os Luvissolos de calcários, os Fluvissolos), isto é, não respeita a RAN. Não tem em conta o aumento dos leitos de cheia pela impermeabilização de zonas de màxima infiltração, das zonas mais declivosas, nem das zonas de escoamento, isto é, não respeita a REN, causando por isso riscos e degradações inaceitáveis. Existe em Oeiras um subaproveitamento das infraestruturas e capacidades da área urbanizável prevista no PDM de 1994. É necessário conter, concentrar e densificar as áreas urbanas para optimizar a boa rede montada. Transformar todo o concelho num grande perímetro urbano é desfigurá-lo e prepará-lo para uma discrecionaridade imprevisível, decidida caso-a-caso e com um potencial monumental para a geração indevida de mais-valias urbanísticas.   Um território sustentável não pode ser reduzido ao imobiliário e às empresas de serviços. É necessário contemplar as vertentes ambiental e rural que estão presentes em todos os concelhos. Os serviços que os ecossistemas naturais prestam não são apenas os do conforto ou do paisagismo agradável - as funções de drenagem, de infiltração da água, de depuração do ar são inultrapassáveis. A gestão do território implica que nos terrenos predominantemente urbanos as infraestruturas verdes planificadas são imperativas para a segurança pública e para a saúde dos habitantes, quer falemos de zonas terrestres ou de zonas aquáticas.   Nesse sentido, a Liga para a Protecção da Natureza propõe que a alteração do Plano Director Municipal de Oeiras não possa aumentar a área de solo urbano já prevista para o PDM de 1994, que as áreas da Estrutura Ecológica Fundamental sejam classificadas como solo rural e que as áreas da Estrutura Ecológica Complementar em solo urbano sejam classificadas como espaço verde, que as áreas naturais de solo rural não possam ficar regulamentadas com a perspectiva de serem urbanizadas, que as redes de corredores verdes e rede ciclável tenham um verdadeiro programa de execução, que o uso agrícola fique explicitamente previsto em todas as áreas de solo rural, que as áreas verdes urbanas devam recorrer prioritariamente a recursos hídricos locais. Finalmente a LPN apela a que se cumpra a lei e que não seja possível ultrapassar localmente o fim de importantes ferramentas de gestão territorial, paisagística e de conservação da natureza".

Lisboa, 12 de Setembro de 2013

A Direcção Nacional da Liga para a Protecção da Natureza

 

Nota: Durante mais um mês, os leitores poderão responder a nova sondagem colocada no canto superior direito da página.



Publicado por rui.freitas às 00:50
Link do post | Comentar | Ver comentários (6) | Adicionar aos favoritos

Agosto 2014
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2

3
4
5
6
7
8
9

10
11
12
13
14
15
16

17
18
19
20
22
23

24
25
26
27
28
29
30

31


Posts recentes

Revisão do PDM de Oeiras

Arquivos

Agosto 2014

Dezembro 2013

Outubro 2013

Setembro 2013

Agosto 2013

Julho 2013

Junho 2013

Maio 2013

Abril 2013

Março 2013

Fevereiro 2013

Janeiro 2013

Outubro 2012

Maio 2012

Abril 2012

Março 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Setembro 2011

Agosto 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

Outubro 2010

Setembro 2010

Agosto 2010

Julho 2010

Junho 2010

Maio 2010

Abril 2010

Março 2010

Fevereiro 2010

Janeiro 2010

Dezembro 2009

Novembro 2009

Outubro 2009

Setembro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

Junho 2009

Maio 2009

Abril 2009

Março 2009

Fevereiro 2009

Janeiro 2009

Dezembro 2008

Novembro 2008

Outubro 2008

Setembro 2008

Agosto 2008

Julho 2008

Junho 2008

Maio 2008

Abril 2008

Março 2008

Fevereiro 2008

Janeiro 2008

Dezembro 2007

Novembro 2007

Outubro 2007

Setembro 2007

Agosto 2007

Julho 2007

Junho 2007

Maio 2007

Abril 2007

Março 2007

Fevereiro 2007

Janeiro 2007

Dezembro 2006

Novembro 2006

Outubro 2006

Setembro 2006

Agosto 2006

Julho 2006

Junho 2006

Maio 2006

Abril 2006

Março 2006

Fevereiro 2006

Links aconselhados
Mais sobre mim
Pesquisar neste blog
 
blogs SAPO
RSS
Em destaque no SAPO Blogs
pub